Amor maior

Para mim, a maior das virtudes é a caridade, o puro amor

A perseverança e a disciplina nos ajudam a alcançar o melhor desempenho, a buscar com entusiasmo a coroa incorruptível. Mas precisamos saber quais devem ser nossos principais exercícios. Para isso, nada melhor do que “o completo manual” que encontramos ao final da Palavra de Deus. As epístolas da Bíblia são verdadeiros tesouros. Os textos contidos naquelas cartas são exortações sobre como devem se portar os cristãos.

A fé é importante

Vendo que muitos estavam confundindo alguns ensinamentos que Jesus tinha deixado, Paulo, Tiago, Pedro e João escreveram a comunidades específicas, enfatizando esta ou aquela prática cristã de acordo com a necessidade e as falhas de seus irmãos de fé que estavam distantes.

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Falar, portanto, em prática das virtudes cristãs, em comportamento cristão, seria transcrever quase integralmente todas as epístolas. Vale a pena lê-las todas. Permanecem atuais, vivas e necessárias. Decidi, então, destacar alguns pontos que me pareceram mais relevantes neste momento. Da caridade, falarei no próximo capítulo, pois ela é uma virtude realmente especial.

A maior das virtudes: a caridade

Como não sou um pregador com o dom da palavra, como o padre Jonas, nem sou filósofo ou poeta, vou escrever apenas algumas páginas sobre os aspectos da caridade que mais me chamam a atenção. Além disso, depois da encíclica Deus caritas est, fica difícil para uma pessoa como eu acrescentar alguma coisa ao que está dito naquele documento.

Uma das passagens mais significativas a respeito da caridade, e que sempre me comove está na primeira epístola de João: Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece Deus. Aquele que não ama não conhece Deus, porque Deus é amor. Nisso se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por Ele (…) Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós nos devemos amar uns aos outros. (…) Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro. Se alguém disser “Amo a Deus”, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê (1Jo 4,7-9.11.19-21).

Só podemos oferecer aquilo que temos. Portanto, quem quer dar amor deve primeiro recebê-lo em dom. Para isso, basta ir à própria fonte, que é Jesus Cristo. Se vivemos esse amor, se nos abrimos a ele e entendemos seu mais profundo significado; se, pela fé, aceitamos a realidade da salvação e do sacrifício de Jesus, então o mandamento “ama ao próximo como a ti mesmo” deixa de ser apenas uma ordem para ser consequência do amor que, em Cristo, temos pelo nosso próximo. Mas esse mandamento de amor e caridade não foi uma novidade trazida por Cristo.

Jesus não aboliu toda lei, mas revivificou a lei, tornando-a uma palavra dinâmica a ser posta em ação no dia a dia de seus seguidores. Jesus condenava a prática da lei como simples protocolo, como mensagem morta e pretexto para fariseus de todo tipo dizerem-se santos.

Do seu amigo,

Wellington Silva Jardim – Eto
Cofundador da Comunidade Canão Nova